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Refletindo sobre violência doméstica e autoestima

Toda semana acompanhamos na mídia, casos de violência doméstica e feminicídio e fico me perguntando: O que leva uma mulher a permanecer num relacionamento abusivo? Medo? Dependência financeira? Dependência emocional? Baixa autoestima?

Ainda que estejamos em pleno século XXI, é fato que, por mais que a mulher tenha saído à luta e esteja cada dia mais, conquistando seu espaço no mercado de trabalho, muitas são financeiramente dependentes do marido por diversas questões e, acredito que, essa realidade tenha um peso muito grande na hora de avaliar sobre denunciar e/ou pedir o divórcio.

A incerteza do futuro também é um fator que pesa na hora de tomar alguma decisão. Diversas dúvidas devem aflorar na mente: “e agora, como será?”, “como vou viver sem ele?”, “talvez seja ruim com ele, mas pior sem ele”, “acho que eu fiz ele perder a paciência porque ele é um homem tão bom”….

Além disso, muitas mulheres se julgam inferiores, muitas têm sofrido violência psicológica com frases de menos valia, de tanto o companheiro repetir que são um lixo, que ninguém vai olhar para ela, que só ele para aguentar, acabam se julgando sem direito a ser feliz.

É muito triste essa realidade, é muito triste a mulher precisar se filmar sendo vítima de violência para acreditarem nela, porque a sociedade machista que vivemos tem a tendência a taxá-la de louca e nervosa.

Mas como podemos mudar essa realidade?

– Primeiro, começando a acreditar que ninguém merece viver sofrendo ameaças, humilhações e nenhum tipo de violência;

– Por mais que a situação seja difícil, é necessário reagir, conversar com alguém de confiança, traçar estratégias, pedir ajuda;

– Entender que, quanto mais você se cala e permite, mais você está dando “poder” ao seu algoz;

– Ficar atenta porque às vezes as agressões vão ficando cada vez maiores, um insulto, uma tapa, um chute e isso pode vir a se tornar um feminicídio caso você não dê um basta;

– Compreender que, se você tem filhos, está colocando eles em risco também e, ainda que eles não sofram a violência direta, estão crescendo num ambiente nada saudável, e isso vai trazer consequências para o desenvolvimento e para a saúde emocional deles;

– E acima de tudo, VOCÊ MERECE SER FELIZ, a vida está acontecendo e você está permitindo que outra pessoa se aposse de sua história e te impeça de viver a vida em plenitude.

Não é fácil sair de um relacionamento abusivo, mas acredite, vale a pena! Vai passar uma tempestade, tudo parece que vai desmoronar, mas o que desmorona é tudo aquilo que você não precisa e não merece na sua vida. O que for importante vai ficar: você, sua dignidade, sua força e sua vontade de se reerguer.

Comece aos poucos, reflita qual a melhor forma, pesquise, converse, vá se fortalecendo aos poucos até perceber que está pronta para a vida. Ao mesmo tempo que você não deve agir sobre o impulso, também não se demore onde você não é feliz.

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