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Não é apenas mais um Setembro Amarelo

Todos os anos ao chegar o mês de setembro, iniciam-se diversos movimentos sobre o Setembro Amarelo e a Prevenção do Suicídio e novamente surgem muitos questionamentos de que não se deve reservar apenas um mês para falar sobre um tema tão importante.

E apesar de concordar que esse assunto precisa ser mais debatido, até mesmo para quebrar os tabus que existem ao seu redor, confesso que prefiro enxergar o lado positivo de que, pelo menos, já temos um mês voltado para esse assunto, pelo menos falar de suicídio está deixando aos poucos de ser algo tão proibido, para ser visto como necessário.

O mundo está doente

Infelizmente temos que encarar o fato de que o mundo não está bem, nunca fomos tão tristes, depressivos, desmotivados e arrisco a dizer que parece que a vida nunca esteve tão sem sentido para a maioria das pessoas.

E não podemos botar toda a culpa na Pandemia, embora ela tenha sido um fator crucial para que as portas se escancarassem e o mundo caísse num abismo ainda maior de pessoas emocionalmente adoecidas.

Consequências de uma sociedade em transformação

Sabemos que a sociedade é algo dinâmico, está sempre em transformação junto com o indivíduo, que com ela interage, influenciando e sendo influenciado por ela.

Com a chegada do progresso, principalmente a partir da Era Digital, tudo se tornou muito líquido e superficial.

Se antes tínhamos uma base familiar forte, regras e normas educacionais altamente rígidas, que não tinham brechas para questionamentos, hoje a criança não é mais vista como um “pequeno adulto” como era há um tempo atrás e sendo assim, a maioria dos ensinamentos que os pais receberam de seus pais, que por sua vez, já tinham herdado de seus antepassados, de repente deixaram de ter valor.

Abriu-se uma cratera diante de tudo que eles tinham aprendido e da forma como achavam que iam educar seus filhos e de repente, não sabiam mais por qual caminho seguir.

Pais frustrados e assustados, sem saber como agir nem como educar seus filhos e filhos desamparados, sem receber o suporte necessário dos pais porque estes estão tão perdidos quanto eles.

Falar nunca foi tão necessário

Diante desse contexto, nunca foi tão importante trazer à tona temas que antes eram verdadeiros tabus..

Milhares de pessoas no mundo estão com ansiedade, depressão, síndrome do pânico  e muitas desistiram da vida por achar que tudo estava sem sentido, por terem sofrido bullying, por não terem superado o luto por perdas de pessoas queridas pelo Covi19, por problemas financeiros…

Pais que se sentem fracassados na sua missão paterna e filhos perdidos, sem encontrar o suporte emocional que tanto precisam para adquirirem ferramentas e habilidades para enfrentarem as adversidades da vida.

O sentido da vida

Mais do que nunca é preciso buscar o sentido da vida.

Você já deve estar cansado(a) de ler e ouvir sobre formas de ser feliz, maneiras de ter a saúde perfeita, o corpo perfeito, a mente em equilíbrio e isso tudo com certeza é valioso, mas nada vai modificar se não encontrar um sentido para a sua vida.

O Setembro Amarelo está aí exatamente para isso!

O Amarelo é o sinal de alerta de que é preciso que você esteja atento à sua vida: o que você quer? O que você busca? O que realmente pode preencher o vazio nos dias difíceis? Com quem você pode contar?

Não se permita ficar horas nas redes sociais, não se isole do mundo, não busque apenas as riquezas materiais, mas crie laços, faça amizades sinceras, esteja com pessoas que te estimulem, te motivem.

Assim como o semáforo acende a cor amarela para dizer “tenha calma”, “fique atento”, “desacelere”, nós também precisamos ter atenção com a nossa vida, não dá para seguir de forma superficial, ter vínculos afetivos é essencial para nos motivar e dar sentido à nossa vida.

Cabe a cada um, não permitir que o Setembro Amarelo nos inspire apenas no mês de setembro, mas que ele possa servir de guia todos os dias do ano, piscando em nossa mente para nos lembrar: minha vida importa!

 

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