Setembro é o mês reservado à Prevenção do Suicídio e, mesmo sendo um tema que carrega muitos tabus, cada vez mais se observa a importância de se falar nesse assunto.
Durante o mês de setembro, ocorre em todo o mundo, iniciativas para conscientizar a sociedade de que falar sobre o tema, saber identificar os riscos e principalmente acolher uma pessoa em sofrimento, pode salvar vidas.
Quando olhamos a fita amarela, logo lembramos do Setembro Amarelo e do que ela representa, mas, muito mais do que uma fita, o objetivo da campanha de prevenção do suicídio, é nos alertar que, pequenas atitudes do dia a dia, podem fazer a diferença na vida de alguém.
Principalmente nesse momento de pandemia que estamos vivendo, onde as lutas estão mais intensas e as perdas mais presentes, é preciso mais do que nunca que o mundo seja mais gentil e empático. É preciso que a gente entenda que, assim como nós estamos dando o nosso melhor e vivenciando momentos difíceis a cada dia, o outro também está na sua luta pessoal e diária.
Despertar em nós um olhar mais acolhedor para com o outro num momento em que estamos mais cansados e com nossa Saúde Mental fragilizada, não é fácil, mas se sairmos da nossa concha e olhar ao nosso redor, vamos perceber que muitos estão precisando de apenas um sorriso, um colo, uma palavra acolhedora sem julgamentos.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o suicídio é uma das principais causas de morte em todo o mundo. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, disse em entrevista recente que não se pode, nem se deve, ignorar o suicídio. Segundo ele, “Cada um deles é uma tragédia. Nossa atenção à prevenção do suicídio é ainda mais importante agora, depois de muitos meses convivendo com a pandemia de COVID-19, com muitos dos fatores de risco para suicídio – perda de emprego, estresse financeiro e isolamento social – ainda muito presentes”.
Visando intensificar os esforços de prevenção do suicídio, a OMS lançou, dia 17 de junho deste ano (2021), a implementação da abordagem “Live Life” que inclui quatro estratégias:
– Limitar a facilidade de acesso aos métodos utilizados no suicídio como as armas de fogo e os pesticidas;
– Orientar a mídia sobre como realizar uma cobertura responsável sobre o suicídio;
– Promover um trabalho voltado para adolescentes com o objetivo de desenvolver habilidades socioemocionais;
– Identificar de forma precoce, avaliar e acompanhar indivíduo afetado por pensamentos e/ou comportamento suicidas.
A responsabilidade de cada um
Mas além das medidas voltadas para Instituições e Mídia, todos nós temos a responsabilidade de fazer a nossa parte. Muitas vezes pensamos que é tão pouco o que podemos fazer, mas quando cada um se movimenta e toma uma atitude, aos poucos podemos contagiar e transformar o mundo.
Atitudes valiosas:
– Não julgar, acusar, ofender;
– Se colocar no lugar do outro;
– Cuidar do que posta na internet;
– Respeitar as diferenças;
– Emudecer a nossa agressividade;
– Não condenar opiniões que divergem da nossa;
– Abolir comentários e falas maliciosas e preconceituosas;
– Treinar a paciência;
– Ouvir atentamente as dores do outros sem a necessidade de falar que as minhas dores são maiores;
– Não menosprezar a dor do outro com comentários como: que besteira, isso passa, você não tem fé;
– Caso alguém comente que está pesando em tirar a própria vida, não desacreditar da pessoa e procurar ajuda profissional;
– Demonstrar o quanto você se importa com a pessoa;
– Acolher o outro como você gostaria de ser acolhido nos momentos difíceis.
Precisamos lembrar que:
– Não temos como medir a dor do outro;
– Não sabemos o que se passa dentro do coração de cada um;
– Não temos como avaliar a ferida que cada um carrega na alma
Mas podemos: plantar sorrisos, espalhar generosidade, cultivar amizades,
oferecer nosso ombro amigo e principalmente: acolher e aceitar o outro como ele é.
Que possamos levar a Campanha do Setembro Amarelo por todo o ano, porque toda vida importa e o que importa de verdade, é viver.
Referências:
CVV – Centro de Valorização da Vida. Disponível em <https://www.cvv.org.br/>.
OPAS – Organização Pan- Americana da Saúde. Uma em cada 100 mortes ocorre por suicídio, revelam estatísticas da OMS. Jun/2021. Disponível em <https://www.paho.org/pt/noticias/17-6-2021-uma-em-cada-100-mortes-ocorre-por-suicidio-revelam-estatisticas-da-oms>.
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