contato@acolhe-dor.org 83 9 8797 1067

Por que a população LGBT ainda sofre tanto preconceito?

Quem merece ficar trancado no armário: uma pessoa LGBT que escolheu ser quem ela tem direito de ser ou o homofóbico que se acha superior apenas por ser heterossexual?

Tua sexualidade não define quem tu és, define quem te maltrata

É estranho em meio a tanta modernidade, o ser humano ainda permanecer atrelado a tantos preconceitos, racismo, machismo, julgando e condenando o outro pela aparência, pela escolha sexual, por seu estereótipo.

Viemos de uma sociedade estruturalmente preconceituosa e, apesar de que, aos poucos, esse cenário esteja mudando, com a chegada de jovens que pregam o amor pela pessoa e não por seu corpo ou seu gênero, ainda estamos longe de construir um mundo que tenha como base o respeito e a empatia.

Apesar de haver pouca disponibilidade de dados sobre a violência homofóbica no Brasil, os índices indicam uma triste realidade, somos o país que mais mata pessoas LGBTs do mundo e mesmo com algumas conquistas conseguidas por essa parcela da população, ainda não há muito a comemorar.

Em meio a isso tudo, vale a pena questionar: e como fica a saúde mental dessa parcela da população? Como elas se sentem sendo obrigadas a se camuflarem para evitar sofrerem violência?

Não é muito difícil perceber quem é o vilão numa história de homofobia: quem sofreu a violência, simplesmente por não ser heterossexual ou quem não aceita o que o outro é e com isso, se sente no direito de maltratar, praticar violência e muitas vezes matar?

O que falta para se trancar no armário os preconceituosos, homofóbicos, machistas e toda pessoa que inferioriza a essência do outro e deixar em liberdade os que simplesmente querem viver sua vida? Por que são as vítimas que precisam se trancar e se esconder enquanto os algozes ficam livres para disseminar seu ódio?

É preciso ensinar às nossas crianças, desde cedo, a desenvolverem estratégias de enfrentamento. Elas precisam ter ferramentas dentro de si, que possam utilizar para resolver e enfrentar conflitos durante toda a sua vida, sem permitir que sua autoestima seja abalada quando tiverem que enfrentar os preconceitos da sociedade.

É preciso ensiná-las que o que o outro diz, julga e vê, não é o que ela é e sente, e está tudo bem com isso. Claro, ensinar o respeito e os valores que todo cidadão precisa ter para viver em sociedade, é essencial, mas ensinar também que ela não é obrigada a ser o que o outro quer que ela seja.

Nossos jovens estão tirando a própria vida por não se aceitarem, por sentirem medo, por sofrerem ao descobrirem que não são o que a sociedade espera deles.

Em 2020, a OMS (Organização Mundial da Saúde), alertou que o índice de suicídios de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos, está crescendo de forma assustadora, passando a ser considerado um problema de saúde pública.

E se esse índice entre jovens é alto, que parte desse índice remete aos jovens entre 15 e 29 anos LGBTs? Segundo Branquinho (2019), ser um jovem LGBT, é vivenciar um mantra “não posso mostrar quem eu sou”.

É preciso estar preparado para a maldade do mundo. Já que os “maus” estão soltos, não podemos permitir que os “bons” sejam fadados a se esconder “dentro do armário”.

E enquanto essa sociedade preconceituosa não mudar, que as nossas crianças e jovens sejam ensinados a se amar e se aceitar. Entender que o problema não está neles e nas suas escolhas, mas nas mentes arcaicas e cheias de preconceitos das pessoas que ainda não perceberam que, a riqueza de cada um, está dentro de sua alma e do seu coração.

 

REFERÊNCIAS:

BRANQUINHO B. Suicídio da população LGBT: precisamos falar e escutar. 2019. Disponível em <https://www.cartacapital.com.br/blogs/suicidio-da-populacao-lgbt-precisamos-falar-e-escutar/>. Acesso em 16/08/2021.

GOVERNO DO ESTADO. OMS alerta: Suicídio é a 3ª causa de morte de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos.Disponível em <http://www.saude.ba.gov.br/2020/09/10/oms-alerta-suicidio-e-a-3a-causa-de-morte-de-jovens-brasileiros-entre-15-e-29-anos/>. Acesso em 16/08/2021.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *