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No processo de luto, não sofrer não significa não amar

O que é o luto?

 

O luto, geralmente, é associado à perda de alguém que se ama. Todavia, uma separação, a perda de um membro do corpo, a perda do emprego, de um animal de estimação e até quando alguém que amamos está passando por uma doença terminal, quando possivelmente ocorrerá o rompimento do vínculo afetivo, também são considerados processos de luto.

O período que o indivíduo leva para elaborar e aceitar a perda, é chamado de luto e essa fase de elaboração requer um tempo que não é igual para todos. Essa etapa para uns, é mais lenta e demorada, traumática e/ou sofrida em função do grau de instabilidade emocional. Para outros, esse processo pode ser mais rápido. Outros, precisarão de um apoio profissional para ressignificar sua perda.

Por que o luto não é igual para todos?

 

Cada ser humano é único e passa por vivências e sentimentos individuais desde  sua geração, ao longo de toda a vida, até a morte, considerando a forma com que cada qual trilhou essa jornada, de acordo com a forma subjetiva que enfrenta as adversidades da vida.

A forma como o indivíduo é amado e dá amor, os traumas que viveu ou não, o acolhimento familiar e social que recebeu ou não, os recursos emocionais são determinantes na vivência da perda de um ente amado. Junto à isso, deve-se também considerar o processo dual do luto, onde num momento o enlutado estará mais voltado para a perda, a saudade e o sofrimento ocasionado por ela; e ora estará voltado para a restruturação da vida.

Muitas vezes, a sociedade “cobra” que esse processo tenha um início e um fim, fazendo as pessoas se sentirem obrigadas a demonstrar que estão bem, silenciando suas dores, para não se sentirem pressionadas, pois é preciso compreender que não existe tempo determinado e não há “cura” para o luto uma vez que ele não é uma doença.

Quando acaba o processo do luto?

 

O luto termina quando o indivíduo consegue elaborar a perda, preenchendo o vazio que o ente querido deixou, com novas vivências e aprendendo a viver com a ausência.

Uma vez que não existe cura para o luto, não tem tempo certo de início, meio e fim, porque aos poucos, o enlutado vai entendendo que não haverá mais a presença física, que são as memórias e lembranças que  farão parte de sua vida, e que o que foi vivido com a pessoa,  ficará eternizado.

É normal não chorar durante o processo de luto?

 

Dor é algo intransferível e imensurável, pois cada pessoa tem um jeito único de expressar emoções e sentimentos, e por mais que tenhamos empatia pelo outro, nunca conseguiremos sentir o que vai no seu coração. 

Uns se sentem mais aliviados quando choram, outros, preferem se ocupar com atividades a fim de mudar o foco,  outros tentam chorar, mas têm dificuldades em expressar  a  dor.

A quantidade de lágrimas derramadas não representa o sentimento do indivíduo enlutado. 

É necessário observar: como está o entorno da pessoa enlutada nesse momento? Como está seu contexto de vida atual? Tem apoio familiar?  Possui amigos para dividir a dor? Tem alguma fé? Tudo isso faz muita diferença.

Como ajudar um enlutado?

 

Assim como em qualquer momento difícil de nossa vida, precisamos de acolhimento, de um ombro amigo, um “estou aqui com você”, no luto não é diferente. 

Quanto mais acolhido e respeitado o enlutado se sentir, menos doloroso será o processo e para isso, ele vai precisar contar com uma rede de apoio: familiares, amigos, especialista (se for preciso). O importante acima de tudo, é mostrar que se importam e respeitam sua dor e que ele não está sozinho.

           Além disso, não ficar cobrando por exemplo: você já chorou demais ou de menos, já é hora de voltar à vida normal, você está se fazendo de vítima não ajuda em nada, deixe essa alma descansar. Nunca diga isso!!!!

Sempre se colocar de forma positiva, silenciar se não souber o que falar, mas jamais falar coisas que tornem os momentos ainda mais penosos. Estar presente, já será o suficiente.

Convidar para realizar alguma atividade que sabe que ele gosta, mas ao mesmo tempo respeitar, caso ele não se sinta confortável para fazer. 

Enfim, compreender e respeitar que somente a pessoa enlutada, poderá determinar quando se sente pronta para recomeçar.

           

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