Mas como seguir em frente?
“Enxugue esse rosto
E venha aqui fora como de costume
Vamos conversar
Pra te alegrar tem até vaga-lumes
Tem dia que vai piorar
Saudade vai apertar
Até que ‘cê ‘tá indo bem
Faz falta aqui pra mim também
Lembra de quando
Eu ficava acordado até tarde esperando
Só pra ganhar
Um beijo de boa noite antes de dormir
Daqui não é diferente
Te beijo mas você não sente
Quando bater a saudade
Olhe aqui pra cima
Sabe lá no céu aquela estrelinha
Que eu muitas vezes mostrei pra você
Hoje é minha morada
A minha casinha
Mesmo que de longe tão pequenininha
Ela brilha mais toda vez que te vê”
Essa música que Marília Mendonça canta, relata essa saudade, o choro, o luto. Quando ela fala que “até que ‘cê tá indo bem”, está dizendo que apesar do luto, a pessoa consegue seguir e que agora ela é uma estrelinha, que brilha lá no céu, se referindo a dizer que ela está bem, apesar da morte… um consolo para quem fica.
Essas palavras amenizam a dor da perda? Não, mas não tem jeito, é preciso seguir a vida, encontrar formas de viver sem aquela pessoa, ressignificar, enxergar ou criar novas possibilidades.
Se você traçou metas com aquela pessoa que se foi, planos, vida em comum… é hora de refazer essas metas. Apesar da vontade de se jogar na cama e não sair mais de dentro dela, deixar-se afundar até se misturar ao colchão, não dá para ignorar a vida que pulsa em nosso coração.
Fechar ciclos é necessário e se houve a perda, é porque o ciclo daquela pessoa acabou e, que bom que pudemos desfrutar de momentos tão especiais com ela, mas agora, é hora de seguir.
Esquecer? Jamais! Mas arrumar essa saudade dentro do peito. Deixar que de vez em quando ela nos visite, nos leve às lagrimas, mas não permitir que a dor nos domine e paralise, porque esse não é o propósito do luto.
Na verdade, quem morreu foi a outra pessoa e por alguma razão, estamos aqui, doloridos, mas vivos.
Só vi agora sua postagem…
Linda, real e vivenciada por mim um dia de cada vez.
Não é fácil, dói, dá um desespero do e agora? Como vai ser? O que vou fazer?
Um dia sem aviso vem a razão fazer uma visita e a ficha cai…o mundo não parou e nem nunca vai parar para sua dor se instalar.
Como seguir? Cada um se agarra onde e em quem pode.
Me agarrei ao Pai , aos amigos disponíveis, aos amigos espirituais e lembranças da força das minhas raizes…Sou fruto de um pomar de árvores fortes, frondosas e generosas é isso que preciso testemunhar para as gerações mais novas.
Surgem ideias ,projetos e sonhos menores, mais realistas, compreendemos que a dor da saudade vai ficar para sempre no coração, que a tristeza vai chegar …mas sabemos que dentro de nós temos uma força incrível não para esquecer …e sim seguir honrando da melhor maneira que conseguirmos em cada momento as doces lembrançaqs deixadas.
Hoje um ano ,3 meses e uns dias é assim que lido com a partida da minha mãe e do meu irmão, tecendo sonhos para cada dia, fazendo uma “tarefa” emocioanl de cada vez, me fortalecendo para que eu não seja um “peso” para eles que se foram nem para quem ficou.
É uma luta diária, precisamos aceitar que sozinhos não conseguimos ou demoramos demais para conseguir …oportunizar a aproximação de profissionais sejam eles médicos , psiquiatras, terapeutas e principalmente a família e os sagrados amigos.
Hoje como está escrito acima quando surge um desafio me pergunto…o que será que minha bonequinha me diria? Mamys sempre foi minha confidente e o Val um chutador de traseiro para que eu seguisse em frente…então me pergunto…como os dois reagiriam e me aconselhariam nesta situação?
Nosso coração sabe a resposta e ela vem de forma clara em lembranças de outras situações.
Agora sei que sempre fui abençoada, sempre fui amada e sempre fui feliz, uma verdadeira privilegiada pela vida e pelo Amor de Deus…preciso honrar não só eles como principalmente eu mesma que sou prova viva de muitos amores!
Gratidão por tudo!