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As Redes Sociais e seus perigos

Existe hoje em dia, uma preocupação cada vez maior de pais e educadores em relação ao perigo das redes socias. Essa preocupação não é à toa, pois se antes tínhamos medo de deixar crianças na rua até tarde, hoje em dia, o medo está também em deixar crianças dentro de casa, pois é nesse ambiente que a maioria se “afunda” no celular, tablet, jogos virtuais, notebook, redes sociais.

É uma preocupação totalmente pertinente, afinal, ninguém sabe quem de fato está do outro lado da tela.

Além disso, pesquisas atuais têm demonstrado que a super exposição que as redes sociais trazem ou a busca pela vida perfeita que pessoas demonstram através de fotos nas redes sociais, estão levando principalmente os jovens, que são mais vulneráveis, a apresentarem sintomas de depressão. Comparar sua vida com a vida de famosos e outras pessoas bem sucedidas, pode despertar um sentimento de inferioridade.

Crianças e jovens, possuem uma personalidade em formação sendo mais suscetíveis à influências externas, por isso, estão se sentindo cada vez mais infelizes com sua realidade, por perceberem que outros adolescentes e jovens possuem uma vida perfeita lá fora, enquanto elas não possuem, isso influencia diretamente na sua autoestima

  Mas, o que fazer para que nosso filho fique mais seguro no mundo virtual?

– Conversar abertamente com seu filho sobre os benefícios e riscos da internet. De acordo com a idade dele, mostre reportagens, fatos reais que aconteceram com crianças/adolescentes da idade dele;

Estar disponível para ouví-lo, sempre sem críticas ou julgamentos;

– Assistir conteúdos com ele e ajudá-lo a formar valores sobre o conteúdo do que estão assistindo;

Para crianças menores de 2 anos, é totalmente desaconselhável que os pais fiquem diante da tela enquanto estão com elas, primeiro porque as telas tiram o foco dos cuidados com a criança e segundo porque ela vai aprender através do exemplo desde cedo, que aquela tela tem mais valor do que qualquer outra coisa.

– Para crianças entre 5 e 6 anos, o tempo máximo aconselhado para usar os jogos virtuais é de 2 horas por dia, sempre acompanhada pelos pais.

– Celular próprio, só se não houver outra alternativa e a partir dos 12 anos, com monitoramento e alto grau de restrição;

– Deixar claro para os filhos que, em se tratando de mídias sociais os pais nunca são invasivos e sim cuidadosos;

– Estabelecer limites firmes sobre o uso do tempo e o tipo de conteúdo que pode ser acessado;

Nunca fazer ameaças e castigos que não poderá cumprir;

– Saber de todas as senhas das redes sociais de seu filho;

– Considerar uma idade mínima para deixar o adolescente criar perfis nas redes sociais (crianças nem pensar);

– Estabeleça uma palavra de segurança com seu filho para o caso de alguém invadir suas redes sociais e quiser se passar por você;

– Monitorar como está o comportamento de seu filho e caso você perceba que ele está se escondendo para usar o celular, não é um bom sinal;

– Guardar aparelhos eletrônicos e celulares a partir de determinado horário, evitando que seu filho fique acordado até tarde. Caso seja necessário os aparelhos podem ficar com os pais durante a noite;

– Muito cuidado ao emprestar seu celular para seu filho acessar jogos, enquanto não tem seu próprio aparelho. Cuidado com as fotos que você guarda e vídeos que acessa.

A prevenção é sempre o melhor caminho, assim como, estar atento ao comportamento de seu filho, sua conduta na escola ou qualquer fato que esteja fora dos padrões naturais dele.

Lembrar que, ainda que todas as orientações dadas sejam seguidas, é necessário que os pais deem o maior exemplo, porque não podemos cobrar dos filhos, aquilo que nós não cumprimos. Proibir o filho de estar nas redes sociais durante as refeições, mas ficar navegando nas redes nesse momento, estará colaborando para que ele ignore ou burle as orientações também.

Não tem como proibir adolescentes e jovens do acesso às redes sociais, essa é a realidade dessa geração e não tem como tirá-los desse contexto, mas, mais do que nunca, os pais precisam acompanhá-los de perto. Ao invés de ficar confortável por seu filho estar dentro de casa, porque assim estará seguro, é preciso atenção ao que ele está fazendo dentro de casa.

Nesse momento, o mais importante é que adolescentes e jovens consigam perceber que existe um mundo real, o qual ele vive e interage fisicamente, e o mundo virtual, que apesar de ter tantos atrativos, não é um mundo concreto e verdadeiro, porque muitas vezes, o que se publica nele, é justamente algo que desperte a inveja do outro, e não o real. Existe uma necessidade dessa geração de mostrar felicidade, mas nunca aquele ditado “as aparências enganam”, esteve tão em moda como hoje.

Além disso,  é muito importante também ensinar essa geração a respeitar o outro, não disseminar o ódio, não fazer comentários homofóbicos, discriminatórios ou qualquer outro tipo de humilhação nas redes. Fazer com que ele entenda que cada um é livre para escrever o que quiser, mas isso não autoriza o outro a menosprezá-lo ou a julgá-lo. Caso veja uma postagem que não concorde, não há necessidade de comentar, ele pode simplesmente ignorar, porque ninguém é obrigado a pensar igual.

As redes sociais trazem muitos benefícios quando utilizadas para o bem, para o acolhimento, matar a saudade de alguém que está distante, divulgar fatos e notícias importantes, fazer campanhas solidárias, espalhar o amor e a generosidade, mas ao mesmo tempo, podem ser indutoras de situações graves de bullying, brigas, adoecimento psíquico, tentativas de suicídio e o próprio suicídio como já ocorreram alguns casos.  

Nunca foi tão importante a presença ostensiva dos pais na vida dos filhos como hoje em dia, nesse mundo tecnólogico e de relações tão líquidas e frágil como as que estamos observando. Existe nessa geração uma presencionismo exagerado, um imediatismo, uma urgência em ter, em viver. Nada é planejado e esperado, eles querem tudo para hoje, dinheiro, fama, sucesso, mais likes, mais visualizações. É preciso que nós pais, estejamos atentos a isso, porque essa geração não aprendeu a lidar com as frustrações e cabe a nós, termos um olhar acolhedor a atento para eles, trazê-los à realidade, vivenciar momentos saudáveis em família, mostrar que existe vida além das redes sociais e nessa vida ele pode ser feliz também … e de verdade.

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