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O que é uma Rede de Apoio e como funciona

Nós seres humanos, somos seres sociais e por isso, temos a necessidade de viver em grupo. Ainda que alguns prefiram viver mais isolados e não gostem de estar o tempo todo em sociedade, em algum momento, sentem vontade de compartilhar algo com alguém.

O mundo tem vivido um imediatismo e consumismo exacerbados e isso tem levado o indivíduo a focar cada vez mais em si mesmo e esquecer de olhar para o lado, para o outro. Ao invés de se ajudar mutuamente, há um egocentrismo que determina que “eu tenho que ter mais e ser o melhor”.

Mas por que será que a facilidade que o mundo capitalista nos proporciona, não tem feito as pessoas mais felizes? Por que será que ter um iphone de última geração, seguidores nas redes sociais, uma vida “de novela”, não preenchem um vazio que vem da alma?

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), mais de 300 milhões de pessoas no mundo sofrem com depressão, ou seja, o mundo nunca esteve tão triste, não só isso, temos altos índices de suicídio no Brasil e algo em torno de 62 mil adolescentes morreram em 2016 como consequência de autolesão.

Por que essa avalanche de transtornos mentais e emocionais estão despencando sobre o mundo?

Nunca nos sentimos tão só

 

Justamente por estarmos vivendo num mundo onde tudo é líquido e imediato, as relações deixaram de ter profundidade. Parar para escutar, mais que isso, tentar entender e se colocar no lugar do outro, está fora de cogitação, até porquê, “não temos tempo a perder”. A vida está passando e é preciso correr para não ser devorado pelo imediatismo que ela exige.

Aqueles tempos de sentar no final da tarde na calçada e ali ficar por horas, conversando, compartilhando momentos, está cada vez mais longe.

Hoje vemos casais sentados à mesa, mas cada um de cabeça baixo, com os olhos vidrados no celular, olhando as redes sociais ou conversando com outra pessoa, perdeu-se o romantismo, a conexão com os que estão próximos.

Adolescentes preferem fazer amizades e manter relacionamentos virtuais porque de alguma forma, estar por trás das telas, os deixa mais seguros. São jovens com autoestima enfraquecida porque logo cedo se tornaram invisíveis para os pais, que por sua vez, precisaram abdicar da vida familiar e focar em jornadas de trabalho exaustivas, com o objetivo de sustentar e até mesmo, oferecer regalias que não tiveram, aos seus filhos.

Nesse ritmo de vida, é quase certo que algo vai dar errado lá na frente, é quase impossível conseguir passar pelos “perrengues” da vida com equilíbrio e saúde mental. Não é à toa que a OMS argumenta que: “Os determinantes da saúde mental e transtornos mentais incluem não apenas atributos individuais, como a capacidade de administrar os pensamentos, as emoções, os comportamentos e as interações com os outros, mas também os fatores sociais, culturais, econômicos, políticos e ambientais, como as políticas nacionais, a proteção social, padrões de vida, as condições de trabalho e o apoio comunitário.”

O que é uma rede de apoio?

 

Quando alguém está passando por um sofrimento emocional, apresentando sintomas de tristeza recorrente, desânimo, choro fácil, isolamento social, ou outros, antes de tudo, é preciso orientar essa pessoa a procurar ajuda médica.

Hoje em dia é muito comum, nos valermos de duas atitudes que são péssimas conselheiras:

Consultar o google para nos autodiagnosticar, comparando sintomas com a descrição de alguma enfermidade;

– Contar para alguém (que não é especialista da área), sobre como estamos nos sentindo e essa pessoa dizer que conhece alguém que está assim e que deve ser essa ou aquela doença e inclusive, sugerir uma medicação para a pessoa tomar.

Essas atitudes dificultam a identificação e início de um tratamento adequado, podendo inclusive, ocasionar graves consequências médicas, devido ao consumo da medicação errada.

Quando a pessoa age adequadamente, indo ao médico e realizando os exames para iniciar um tratamento correto para a sua patologia, aí sim, o quadro clínico vai melhorando aos poucos até que seja estabilizado.

Acontece que, apesar da medicação e da terapia serem essenciais nesse processo, é preciso também, o envolvimento de pessoas que possam dar um suporte emocional ao indivíduo em sofrimento psíquico e é aí que entra a rede de apoio.

A rede de apoio é composta por pessoas que não precisam ser especialistas em saúde mental, mas precisam ter algum vínculo afetivo, de confiança e de segurança com o indivíduo. São pessoas que sabemos que podemos contar, que estão disponíveis para nos acolher quando precisarmos e perto delas, nos sentimos confortáveis para abrir nosso coração.

São pessoas que não nos julgam, que oferecem um ombro amigo nos momentos mais dolorosos de nossa vida e que, muitas vezes, basta sua presença amorosa para aquecer nossa alma.

Essa pessoa pode ser um familiar, um amigo, um professor, um representante religioso, uma instituição que nos acolha, enfim, alguém que nos ofereça um porto seguro nos momentos difíceis de nossa caminhada.

Lembre sempre, você não está sozinho e qualquer coisa, estamos aqui para te acolher, é só nos enviar uma mensagem que entraremos em contato, porque sua vida importa 🙂

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